Instruções de uso!!!

Olá. Caros amigos e alunos!!!

Se vocês estão lendo isto agora, é por que estão a procura de informações e ferramentas de estudo que possam auxiliá-los na construção de seus conhecimentos. Portanto, estarei disponibilizando semanalmente: Plataformas interativas, textos, vídeos, links para resumos, etc tudo para contribuir no seu aprendizado. Bons estudos.


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ALIENAÇÃO, O QUE É ISTO?

  

                                                          Francisco Miguel de Moura*



           Bem no começo do último capítulo de “Obra Aberta”, Umberto Eco, filósofo e romancista italiano registrou que uma cronista famosa assim se referia à palavra “alienação”: – “Dentro em breve quando formos tomados pelo desejo de pronunciar a palavra “alienação”, melhor será taparmos a boca, pois isso pareceria terrivelmente fora de moda”.
            Vamos ver se o leitor concordará com a cronista, depois de nossa argumentação, seguindo de perto o pensamento de Umberto Eco, que eu endosso com todas as letras.
O homem nasce livre e ao mesmo tempo preso. Livre, porque tem desejos, mais do que se possa imaginar e muito mais do que aquilo que seja humanamente possível realizar. Neste sentido, direi que o homem é sujeito e objeto de desejos.  Não obstante, ao mesmo tempo em que nascemos livres, ficamos sempre presos ao mundo. O homem é forma, não apenas conteúdo: é corpo e espírito. Isto é próprio de toda a Natureza. Mas, no homem, a complexidade é maior por causa da liberdade adquirida ao longo de sua evolução como espécie (para quem acredita na evolução darwiniana e não no criacionismo da Bíblia). Na verdade, a liberdade é uma riqueza especial e própria do homem, para ser usada com consciência e sabedoria (conhecimento). Por isto e para isto ele aprendeu a pensar, imaginar, refletir. É a autoconsciência.
Foi por causa sua fragilidade – na verdade um dos animais mais indefesos da Natureza – que o homem começou a agrupar-se em bandos, tribos, famílias, nações. Assim, ia deixando de ser livre, viver só para si, para ser integrado ao mundo social – viver para o outro. E essa integração lhe exigiu, em troca, alguma coisa. Essa alguma coisa, ainda hoje, se chama alienação. Mas isto não é surpresa nem é estranho, visto que o nascimento do homem natural não será compreendido sem sua origem – filho do amor entre homem e mulher, daí a sua dupla face existencial: oferecer e receber. Só no amor o homem refunde suas duas faces: o “eu” e o outro, em espírito e carne, alma e corpo. Por isto é que o amor transcende. Segundo Umberto Eco, há dois tipos de alienação: alienação-em-algo e alienação-de-algo: o primeiro é a clássica alienação do trabalhador na mercadoria; o segundo, é o estranhamento das coisas – sendo que o mundo por isto fica dividido entre o eu e o outro.
Discutindo o pensamento dos dois filósofos alemães que trataram especificamente do assunto alienação, Hegel e Marx – o contemporâneo escritor italiano Umberto Eco chega à seguinte conclusão, citando outro autor, André Gorz, também italiano, em obra de nome “La morale della storia”, de 1960: “Delineiam-se, assim, as análises da relação de alienação, considerada como constitutiva de qualquer relação nossa com os outros e com as coisas, no amor, na convivência social, na estrutura industrial”.  E prossegue Umberto Eco desenvolvendo o tema, com outro filósofo, J. Hyppolyte: “E o problema da alienação tornar-se-ia o problema da autoconsciência humana que, incapaz de pensar-se como “cogito” separado, somente se encontra no mundo que constrói, nos outros em que reconhece, e que às vezes desconhece. Mas esse modo de reencontrar-se nos outros, essa objetivação, constitui sempre, em maior ou menor medida, uma alienação, uma perda de si e ao mesmo tempo um reencontrar-se”.
Para mim, esta foi a maior lição que tive, nas minhas leituras de Eco: – o esclarecimento do que é alienação, de que todos os homens são de uma forma ou de outra alienados, e não há como sair dessa. Há, apenas, como melhorar ou diminuir a alienação: com liberdade, autoconsciência e vigilância.






*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora em Teresina – Piauí, onde participa como membro efetivo da Academia Piauiense de Letras. É sócio também da União Brasileira de Escritores – São Paulo e da Associação Internacional de Escritores e Artistas (IWA – sigla em inglês), com sede em Toledo, OH, Estados Unidos.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A ALIENAÇÃO

A palavra alienação tem várias definições: cessão de bens, transferência de domínio de algo, perturbação mental, na qual se registra uma anulação da personalidade individual, arrombamento de espírito, loucura. A partir desses significados traçam algumas diretrizes para melhor analisar o que é a alienação, e assim buscar alguns motivos por quais as pessoas se alienam. Ainda assim, os processos alienantes da vida humana foram tratados de maneira atemporal, defraudada, abstraído de processos sócio-econômicos concreto.

A alienação trata-se do mistério de ser ou não ser, pois uma pessoa alienada carece de si mesmo, tornando-se sua própria negação.

Alienação refere-se à diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar em agir por si próprios.

A sobrevivência do homem implica uma transformação da natureza e do outro à sua imagem e semelhança, o que impõe uma transformação de si mesmo à imagem e semelhança do mundo e do outro. Viver para o homem é objetivar-se, ser fora de si.


O conceito de alienação é histórico,tendo o uma aplicação analítica numa ligação recíproca entre sujeito, objeto e condições concretas específicas. Logo, a história afirma que o homem evoluiu de acordo com seu trabalho. Portanto, a diferença do homem está na sua criatividade de procurar soluções para seus problemas, então com a prática do trabalho desenvolve seu raciocínio e sempre aprende uma “nova lição”.

Karl Marx, filósofo alemão, se preocupava muito com a questão da alienação do homem, principalmente em duas de suas obras, “Os “Manuscritos Econômico-Filosóficos de 1844” e “Elementos para a Crítica da Economia Política” (1857-58)”. Procuravam demonstrar a injustiça social que havia no capitalismo, afirmando que se tratava de um regime econômico de exploração, sendo a mais-valia uma grande arma do sistema. Assim, a alienação se manifesta a partir do momento que o objeto fabricado se torna alheio ao sujeito criador, ou seja, ao criar algo fora de si, o funcionário se nega no objeto criado. As indústrias utilizam de força de trabalho, sendo que os funcionários não necessitam ter o conhecimento do funcionamento da indústria inteira, a produção é totalmente coletivizada, necessitando de vários funcionários na obtenção de um produto, mas nenhum deles dominando todo o processo - individualização.

Por isso, a alienação no trabalho é gerada na sociedade devido à mercadoria, que são os produtos confeccionados pelos trabalhadores explorados, e o lucro, que vem a ser a usurpação do trabalhador para que mais mercadorias sejam produzidas e vendidas acima do preço investido no trabalhador, assim rompendo o homem de si mesmo. "A atividade produtiva é, portanto, a fonte da consciência, e a ‘consciência alienada’ é o reflexo da atividade alienada ou da alienação da atividade, isto é, da auto-alienação do trabalho." Mészaros (1981, p.76).

No entanto, a produção depende do consumo e vice-versa. Sendo que o consumo produz a produção, e sem o consumo o trabalhador não produz. A produção consome a força de trabalho, também sustentando o consumo, pois cada mercadoria consumida vira uma mercadoria a ser produzida. Por conseguinte, ao se consumir de um produto que não é por si produzido se fecha o ciclo de alienação. Pois, quando um produto é comprado estará alimentando pessoas por um lado, e por outro colaborando com sua alienação e suas respectivas explorações. Onde quer que o capital imponha relações entre mercadorias, a alienação se manifesta; é a relação social engendrada pelo capital, seu jeito de ser humano.

Sua existência determinada pela economia (razão) exige uma intervenção política (paixão) que destrua sua gênese (a posse individual dos meios de produção), que promova uma revolução na economia.

Há também a questão de alimentar a alienação, sendo outro prejudicial perante o consumo, que se trata das propagandas de produtos, que desumaniza os homens, tendo o objetivo de relacionar o produto com o consumidor, apropriando-se dos homens, e atingindo seu propósito a partir do momento que o produto é consumido, e a sensação de humanização entregue após a utilização.

Em síntese, para melhor compreender o problema da alienação é importante observar sua dupla contradição. Por um lado, há a ruptura

do indivíduo com o seu próprio destino e há uma síntese de ruptura anterior, que apresenta novas possibilidades de romper à mesma alienação. O outro lado se apresenta como uma contradição externa, sendo o capital tentando tirar suas características como humano, que leva o homem a lutar pela reapropriação de seus gestos.

Após Marx confrontar a economia política, lançando pela primeira vez o termo “alienação no trabalho” e suas conseqüências no cotidiano das pessoas, Marx expõe pela primeira vez a alienação da sociedade burguesa – fetichismo, que é o fato da pessoa idolatrar certos objetos (automóveis, jóias, etc). O importante não é mais o sentimento, a consciência, pensamentos, mas sim o que a pessoa tem. Sendo o dinheiro o maior fetiche desta cultura, que passa a ilusão às pessoas de possuir tudo o que desejam a respeito de bens materiais.

É muito importante também destacar que alienação se estende por todos os lados, mas não se trata de produto da consciência coletiva. A alienação somente constrói uma consciência fragmentada, que vem a ser algumas visões que as pessoas têm de um determinado assunto, algumas alienadas sem saber e outras que não esboçam nenhum posicionamento.

Meio de comunicação

Seria comunicação uma alienação, uma vez que a alienação só existe por causa da comunicação? A alienação é passada de um comunicador que possui uma informação nova (verdadeira ou não) e é recebida por um receptor que até então desconhecia o assunto, sendo alienado por esse comunicador.

A partir disso nota-se que tudo pode ser considerado mensagens alienadas, pois nas escolas são passadas mensagens novas a toda hora e que se é “obrigado” a acreditar e levar como verdade, não somente nas escolas, como também dentro das casas, igrejas, nos palanques eleitorais, nas ruas, meios de comunicação de massa, etc, funcionando sempre da mesma forma. A alienação normalmente vista nos meios de comunicação de massa por vários autores, onde esses meios estão sempre mandando novas mensagens (subliminares ou não), fazendo com que acreditem na maioria das vezes somente nas informações transmitidas por eles.

Alienação: Perda de algum bem material, físico, mental, emocional, cultural, social, político e/ou econômico. Onde você não apenas cede mas o recepciona novamente como algo indiferente, o criador se torna criatura as coisas são humanizadas e os humanos são coisificados.

A pessoa alienada perde a compreensão do mundo em que vive e torna-se alheia a segmentos importantes da realidade em que se acha inserida.
 
Segundo Karl Marx, pensador alemão, a Religião é o ópio do povo por causar grande alienação na sociedade.



Dirimindo dúvidas!!

01- Falando em filosofia, qual definição de alienação na linguagem filosófica contemporânea?
02 - Você se sente feliz fazendo o que os outros fazem só pra ser aceito? justifique.
03 - Como você analisa, as escolhas de cursos de graduação feitas pelos aluno?
04 - Os meios de comunicação podem contribuir para esse processo de conscientização ou são apenas elementos alienadores?
05 - De que maneira ocorre o processo de alienação?